Um dos gêneros de orquídeas mais conhecidos e admirados é o das Cattleyas. Há mais de 100 espécies catalogadas dentro desse gênero, tornando-o um dos mais comuns entre os colecionadores.
Dentro do gênero estão as cattleyas walkerianas, intermedias, schillerianas, rupícolas, guttata, as labiatas, pastoral e muitas outras. Há espécies nativas e híbridas e, para cada tipo, há cuidados diferentes no manejo.
E também há diferença na coloração das flores: encontramos cattleyas com floração em vermelho, laranja, branco, rosa, amarelo e variações mescladas.
Neste artigo vamos compartilhar com vocês muitas dicas e ensinamentos valiosos sobre os cuidados necessários com esse gênero de orquídeas que é tão especial!
Para isso, convidamos quem entende do assunto: Karina Eiko de Paulo Yamamoto, agricultora e colecionadora, com mais de 30 anos de experiência em cultivo de orquídeas. Confira!
Escolha dos vasos
Há cattleyas híbridas e nativas. As híbridas são, geralmente, culturas mais fáceis de cultivar, mas ainda necessitam de cuidados especiais. Para iniciantes no cultivo de orquídeas, é mais interessante começar com híbridas.
O tipo de vaso mais indicado para cattleyas depende do gosto do cultivador e também da variedade. Para linhas de produção e cultivo doméstico, o uso mais comum é em vasos de plástico. Já os colecionadores preferem os vasos de barro.
Os vasos podem ser de barro, de cimento, com boca maior ou menor. Se for uma mini-cattleya, use um vaso pequeno. Se for uma variedade pesada e alta, use vasos grandes e de barro.
Como escolher o substrato?
Antigamente o cultivo de orquídeas, em especial das cattleyas, era muito comum em xaxins de samambaiaçu, por causa da umidade proporcionada e facilidade no plantio. No entanto, a venda do xaxim é proibida, devido à ameaça de extinção da planta.
Devido a proibição, os cultivadores começaram a usar outros tipos de substratos. Alguns preferem utilizar a fibra de coco com uma mistura de casca de coco com esfagno moído, outros usam baru ou macadâmia.
O uso da casca de pinus é menos comum porque a planta costuma cair do vaso ou ser fixada de uma maneira torta, atrapalhando seu desenvolvimento.
Karina explica que o substrato pode ser diferente para cada região, adaptando ao clima, condições de umidade e disponibilidade de materiais. A colecionadora destaca que prefere o cultivo de cattleyas usando casca de pinus com carvão.
“A fibra de coco, lá na frente, começa a apresentar problemas. Já a casca de pinus costuma durar mais e não apresentar doenças pela raiz. Além disso, tem uma boa drenagem”, explica Karina Yamamoto.
Cada espécie de cattleya tem sua metodologia. Há as que preferem casca de peroba, por exemplo, se desenvolvendo melhor do que na casca de pinus.
“As walkerianas nobili preferem mais a madeira (peroba, sansão do campo, galho de citrus) do que vasos. Muitos orquidófilos plantam na madeira e colocar em pé, dentro do vaso. Também temos as cattleyas rupícolas, que preferem um substrato meio em base de pedra, cascalho, com uma dosagem pequena de outros substratos”, destaca.
Sobre a luminosidade
As cattleyas toleram bem 80% de um sombrite, já outros tipos, 50%. Isso depende muito da região e da maneira como o sol influencia em cada lugar.
No verão, nos locais em que o sol é muito intenso, um sombrite 80% pode não dar conta. É preciso observar bem porque dependendo da localidade a orquídea começa a perecer.
As cattleyas lupita, por exemplo, requerem mais luz e as folhas precisam ficar em um tom vermelho-amarelado. Então, um sombrite de 50% é o ideal.
Karina explica que alguns orquidófilos costumam dizer que a luz certa é quando as folhas não estão verdes escuras, mas nem muito claras. “É preciso observar, principalmente, se as folhas estão meio molengas e o broto está torto. Se a cattleya fica mais amarelada, é porque há muita luz entrando no ambiente. A vantagem é que quando a folha está mais amarelada, se produz mais flores. Uma orquídea que está muito verde e viçosa precisa receber a adubação adequada, senão também não gera flores.”
Qual o período de corte?
Para plantar uma cattleya há um período aproximado para corte. A execução bem-feita fará toda a diferença, principalmente para algumas espécies, como a schilleriana ou a guttata.
O corte feito no momento errado se torna uma porta de entrada para doenças e pragas. Já as híbridas são mais fáceis de cultivar.
Como fazer replantio de cattleyas?
Veja o passo a passo para fazer o replantio de cattleyas com as dicas que a Karina compartilhou com a gente!
Corte
Para fazer replantio das cattleyas é necessário que ela tenha ao menos 3 bulbos para fazer um corte e já ter iniciado a brotação do 4º bulbo.
Quando a orquídea começa a brotar, é o momento certo de cortar.
Período
Geralmente, o corte é feito na época da primavera ou do verão. Em alguns casos, também pode ser feito no início do ano.
A colecionadora explica que “a parte de corte é recomendado até março, no máximo. Nesse período a planta começa a entrar em dormência, até o final do inverno. Geralmente, nem o adubo se joga.”
Preparo do vaso e substrato
Como o casco de pinus é um pouco difícil de lidar, se ele for utilizado, faça uma amarração para que as folhas fiquem eretas e equilibradas, para que ela não tenha tendência a cair.
O vaso depende do tamanho da muda. Adicione um pouco de brita ou caco de telha para ajudar na sustentação da planta. Outra dica é dar “batidinhas” no vaso, para ajudar no processo e assentar a planta no substrato.
Tutoramento
Costuma-se tutorar a orquídea até criar raiz, com um arame mais grosso, até ela desenvolver novas raízes.
O tutoramento precisa ser muito bem feito, senão a planta cai e não fica esteticamente bonita. As cattleyas híbridas são mais fáceis de lidar e manusear, por isso são mais comuns no cultivo doméstico.
Manejo das raízes
Todas as raízes mortas devem ser retiradas das cattleyas. Karina conta que quando o broto está bem desenvolvido, ela costuma cortar na base mesmo. “Esse corte força o lançamento de uma nova raiz e esse broto novo será a sustentação futura”.
Como fazer a adubação?
Há diversas maneiras de adubar cattleyas, com vários produtos ou matérias diferentes. Há adubos em pó, outros que são borrifados e a fertirrigação.
Em relação aos adubos, para manutenção, corte e desenvolvimento de orquídeas, Karina recomenda a seguinte forma: na primeira semana, mais elevada em nitrogênio. Na próxima, use um adubo de manutenção e na terceira semana, um adubo mais rico em potássio.
Essa recomendação é para manutenção de orquídeas, corte e desenvolvimento. Para forçar floração ou sementes, há outros tipos de adubação.
Dica de quem entende
“Cada planta tem seu jeitinho especial, que muitas vezes a gente nem sabe e vai aprendendo com outros colecionadores. Não é ir amarrando a planta de qualquer jeito, há um método para levar em conta: até que ponto pode mexer, inclinar e mexer com a planta, requer certo conhecimento. Geralmente, direcionamos a planta, que dura 10, 20, 40 anos e a gente só vê esse tipo em exposições. Há culturas de longo prazo, que produzem até dezenas de flores e o manejo é diferenciado. Mesmo as híbridas, que são mais fáceis, tem todo um direcionamento especial por parte de um colecionador”, Karina Eiko de Paulo Yamamoto, agricultora e colecionadora, com mais de 30 anos de experiência em cultivo de orquídeas.
Aprenda mais sobre orquídeas
Aqui no nosso blog temos vários arquivos sobre cultivo de orquídeas, principalmente para iniciantes na prática. Confira:
- 5 segredos para regar suas orquídeas
- Como cultivar orquídeas corretamente?
- Orquídeas no inverno: veja os cuidados
- Como fazer a orquídea florir?
Onde comprar cattleyas?
Na Plantei, maior garden center online do Brasil, você encontra diversos tipos de Cattleya e vários outros gêneros. As mudas de orquídeas para cultivo doméstico são enviadas para todo o Brasil.
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Amo orquideas e principalmente as Cattleyas. Com certeza este artigo irá me ajudar bastante com os cuidados de minhas orquideas. Amei!!
Olá Marcela! Que bom que gostou do nosso artigo. Ele tem contribuições valiosas da Karina, que coleciona orquídeas há mais de 30 anos. Voltei sempre ao nosso blog!